Autores Piauiense

Mário Faustino dos Santos e Silva nasceu em Teresina a 22 de outubro de 1930. Em 1940,transfere-se para Belém do Pará, ingressando no jornalismo aos 16 anos n'A Província do Pará. No ano seguinte, colabora no suplemento literário do jornal Folha do Norte, publicando seus primeiros poemas, contos e traduções. Em 1949, ingressa na faculdade de Direito. Dois anos após, conquista uma bolsa de estudo em língua e literatura inglesa, permanecendo nos Estados Unidos até 1953. Em 1955 publica seu único livro em vida (O Homem e Sua Hora). Deixa o Pará no ano seguinte, sendo contratado pela Fundação Getúlio Vargas, onde exerce várias funções. Todavia, nunca abandona a carreira jornalística, tendo uma página dominical no Jornal do Brasil chamada Poesia-Experiência, publicada entre setembro de 1956 a novembro de 1958. Falece em 1962, quando viajava a trabalho pelo Jornal do Brasil em um desastre aéreo. Seu avião explode no ar na região dos Andes, matando todos os passageiros. É criado um mausoléu  na cidade de Lima para todos os tripulantes do avião
Francisco de Assis Almeida Brasil ou simplesmente Assis Brasil é um piauiense notável. Romancista, contista, ensaísta, crítico literário, jornalista, professor, com mais de cem livros publicados (113 publicados) é um dos maiores poetas piauienses e brasileiros, com diversos prêmios literários...
Aos 11 anos, foi morar em Fortaleza, Ceará, onde começou a escrever. Seu primeiro texto, aos 15 anos, inspirado num apólogo de Machado de Assis, foi publicado na Gazeta de Notícias, em 1948. Em 1949, aos 17, mudou-se para o Rio de Janeiro e atuou, entre outras funções como redator de propaganda das Casas Pernambucanas, quando começou também a cursar jornalismo na Pontifícia Universidade Católica. Em 1956, iniciou seu trabalho como crítico literário profissional do suplemento dominical do Jornal do Brasil, cargo que abandonou em 1961. A partir daí, escreveu para outros jornais do país, traduziu ensaios, fez crítica de cinema e lecionou na Escola de Comunicação da Universidade do Rio de Janeiro. Seu reconhecimento como escritor, veio em 1956, com o Prêmio Nacional Walmap, por Beira Rio Beira Vida, considerada uma de suas mais importantes obras. Dez anos mais tarde, recebeu o mesmo prêmio por Os que bebem como os Cães, tornando-se o único escritor brasileiro a ser consagrado duas vezes com essa expressiva premiação. A partir de 1956, passou a colecionar outros prêmios por suas obras e passou a dedicar-se exclusivamente à literatura. Seu primeiro romance, Verdes Mares Bravios, publicado em 1953, no Rio de Janeiro, é comercializado até hoje. O poeta atingiu a marca de 100 publicações em 1998, com o volume de novelas O Sol Crucificado.
Em 1999, recebeu, no Rio, o Diploma de Personalidade Cultural da União Brasileira de Escritores, pelos serviços prestados à cultura brasileira. Em vários estados, Assis Brasil recebeu prêmios e homenagens, em grande parte às antologias que publicou. Em 1996, foi empossado na Academia Piauiense de Letras e foi condecorado com a Ordem Estadual do Mérito Renascença do Piauí, no Grau de Cavaleiro. Recebeu ainda várias condecorações do seu estado de origem e em Parnaíba existe uma fundação cultural que leva seu nome, onde também é membro da Academia Parnaibana de Letras. É ainda membro do Pen Clube do Brasil e do Sindicato dos Escritores Profissionais do Rio de Janeiro. Em 2004, recebeu da Academia Brasileira de Letras a maior distinção literária nacional, o prêmio Machado de Assis, pelo conjunto de sua obra.

Orlando Geraldo Rego de Carvalho é natural de Oeiras (1930). Aos 12 anos, depois da leitura d'O Guarani, de José de Alencar, decidiu ser escritor.Colaborou em várias revistas e suplementos literários no país. Ao lado de H. Dobal e M. Nunes, fundou o Caderno de Letras Meridiano. Atualmente é membro da Academia Piauiense de Letras e reside em Teresina.
O. G. Rego representa hoje um dos principais ficcionistas brasileiros da atualidade. De tendência intimista, O. G. faz uma análise do caráter interior do homem. O sofrimento, as incertezas, a angústia e a loucura são temas recorrentes em sua obra. Trabalhando uma trama de cunho psicológico, passando de uma atmosfera leve e poética (Ulisses) para outra densa e conturbada (Rio Subterrâneo). Como coloca precisamente o professor e crítico Luís Romero: "Este escritor consegue unir e equilibrar as duas coisas-forma e conteúdo - como um grande clássico. Desses que encontram em José de Alencar, a beleza da imagem; em Machado de Assis, a concisão e, em Graciliano Ramos, a densidade narrativa."Para O. G. Rego, o ato da escrita consiste em burilar, depurar o texto, tentando assim alcançar o que seria a expressão exata. Esforça-se em não repetir o mesmo som na página. Sua novela Ulisses Entre o Amor e a Morte, por exemplo, esboçada inicialmente em trezentas páginas, ficou reduzida a menos de cem.O autor possui uma linguagem tradicional, não se desviando da norma culta. Opta por palavras pouco utilizadas nos escritores contemporâneos, como "senda", "bosque", "balaústre", "alameda", dentre outras. A herança do Português luso enraizado em Oeiras é marcante em sua obra. Isto se constata, por exemplo, na utilização do termo "rapariga" ao invés de moça, "cousa" em detrimento de coisa

Torquato Pereira de Araújo Neto nasceu em Teresina no ano de 1944. Foi poeta, letrista, cineasta,critico, publicitário e jornalista. Deteve uma coluna no jornal Última Hora batizada de Geléia Geral. Não só divulgava os acontecimentos artísticos de modo geral como também emitia pareceres seus quanto à Arte.Integrou a Tropicália, ao lado de Gilberto Gil, Tom Zé, Caetano Veloso, Mutantes...Teve várias letras suas musicadas não só na época como ainda hoje. Torquato suicida-se no dia de seu aniversário em 1972.
                                                                                                                                             

João Nonon de Moura Fontes Ibiapina  nasceu na cidade de Picos, em 1921. Foi jornalista, professor e magistrado, tendo sido juiz de direito em várias cidades interioranas do Piauí. Pertenceu à Academia Piauiense de Letras ( cadeira no 9), foi membro do Conselho Estadual de Cultura do Piauí, além de ser um dos fundadores e primeiro presidente da Academia Parnaíba de Letras. Faleceu em Parnaíba, no ano de 1986... Contista, romancista e estudioso das tradições populares e do folclore piauiense, Fontes Ibiapina é apontado pela crítica como herdeiro do Romance de 30. Sua obra é permeada de "casos populares", fixando aspectos do homem comum e regional. O conto se destaca como sua melhor forma de expressão. De linguagem simples, com tom coloquial e humorístico, reproduz e transforma a linguagem interiorana, utilizando-se de provérbios, modismos, máximas, dizeres regionais, oralidades, clichês e lugares comuns. É o mundo sertanejo marcado em sua obra - os quadros naturais, sociais, lingüísticos e culturais. Seus enredos organizam-se de forma tradicional (princípio-meio-fim). As personagens, via de regra, são planas. Não possuem grande complexidade, permanecendo uniformes no transcorrer narrativo. Embora tenha se destacado como escritor regionalista, mesclando folclore e ficção, desenvolveu o romance urbano - Palha de Arroz. É a sua obra mais conhecida, adaptada para o cinema em 1979, com o título de A Solução Final.

Antônio Francisco da Costa e Silva nasceu em Amarante no ano de 1885. Foi bacharel em Direito, jornalista, poeta e critico literário. Membro da Academia Piauiense de Letras, foi consagrado como Príncipe dos Poetas Piauienses. É o autor da letra do Hino do Piauí. Faleceu em 1950 no Rio de Janeiro.Da Costa e Silva, ao lado de H. Dobal, são os principais poetas do Piauí. Cantor do Rio Parnaíba e de sua terra natal, Amarante, foi influenciado pela Escola do Recife quando lá esteve para cursar Direito. É um poeta que concilia as estéticas parnasiana e simbolista, trabalhando desde o soneto rigidamente metrificado ao verso livre. Ainda em Amarante, começa a ter contato com a poesia simbolista de Baudelaire, Verlaine, Verhaeren, Cruz e Sousa, Cesário Verde e Antônio Nobre.De uma expressividade que dispensa o rebuscamento gratuito, vem a buscar a musicalidade em sua obra, destacando-se ritmos fortemente cadenciados, aliterações, assonâncias e enjambements. Sua poesia é dotada de urna intensa plasticidade, em decorrência da utilização das metáforas. Musicalidade e plasticidade estão em perfeita harmonia em sua poética.

Francisco Gil Castelo Branco NASCEU EM Livramento (município de José de Freitas) no ano de 1848. Foi diplomata, romancista, contista e contista. Formado em Letras (França), residiu no Rio de Janeiro, onde foi colaborador de vários periódicos - Revista Luz, Gazeta Universal e Diário de Notícias.Foi ainda cônsul-geral do Brasil em Assunção (Paraguai) e Marselha (França), onde faleceu em 1874.

Abdias da Costa Neves nasceu em 19 de novembro de 1876. Foi professor, político, magistrado,jornalista, romancista, poeta e historiador. Colaborou em vários jornais do estado, fundando a Crisálida,A Idéia, A Notícia e O Dia. Pertenceu ao Instituto Histórico e Geográfico Piauiense, exerceu o cargo de juiz federal substituto e senador. Faleceu em 28 de agosto de 1928.

Alvina Fernandes Gameiro é piauiense de Oeiras, onde nasceu a 10 de novembro de 1917, e faleceu em Brasília, a 13 de agosto de 1999. Fez seus primeiros estudos em Teresina-PI, seguindo, mais tarde, para o Rio de Janeiro, onde se formou em Artes Plásticas pela Escola Nacional de Belas Artes, e, posteriormente, graduando-se pela Universidade de Colúmbia, NY – USA. Professora, romancista, contista, poetisa e pintora. Pertenceu à Academia Piauiense de Letras, cadeira nº 14-patrono: Cônego Raimundo Alves da Fonseca, grande tribuna sacro e brilhante latinista...
ALVINA GAMEIRA foi professora de português e de Inglês de vários colégios do Piauí, Ceará, e do Maranhão, tendo lecionado também na Faculdade de Filosofia de São Luis. E não fez mais; que justificar o conceito de Spencer: preparar os indivíduos para os deveres da vida. Mas espalhou, acima de tudo, o fulgor de sua cultura refinada e de sua alma boníssima e superior, na missão redentora de seu sublime apostolado de professora e de guia zelosa das gerações. Era uma estudiosa da “última flor do Lácio”, basta dizer que a sua vasta obra literário é um imenso laboratório para o estudo dos cânones da língua e da legítima gramática histórica, do português primevo, deixado no solo brasileiro pelos colonizadores e bandeirantes. E na sua imortal obra Curral de Serras, ela incorpora no final, em forma de glossário, um estudo acurado de evolução semântica das palavras, num desbastar do ouro velho do idioma de Camões...