autor: Félix Pacheco
Todo este luar de amor, que ha nos meus cantos,
Nasceu de outros anhelos e outras penas.
Se, por graça do céo, me não condemnas,
Deixa-o brilhar aqui, desfeito em prantos.
Libertei-me dos pérfidos quebrantos,
E a multidão volúvel das phalenas
Já me não turva as illusões serenas,
Nem te escondo aventuras nestes mantos.
Nada mais, hoje, do passado existe.
Sinto que me entrou n'alma o luar superno,
Como a benção de Deus baixando ao triste.
Nunca mais tive dor, nem tive inferno,
Desde que sobre mim, cantando, abriste
O plenilúnio do carinho eterno!
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